AOS QUE VIERAM ANTES DE NÓS
"Em verdade, eu vivo numa era de trevas."
(À pOSTERIDADE, de Bertolt Brecht)
Na verdade, vivemos num mundo sem trevas
- a luz nos chega a um toque
instantâneo é o conhecimento
nenhuma palavra é desconhecida ou absurda.
Pau é pau pedra é pedra
e os nossos rostos
espelham naturalmente os corações.
Amamos e somos ensinados
a amar a vida
e rimos com o nosso prazer de viver
mesmo quando alguém lembra
tempos tristes e prenúncios apocalípticos.
Em nosso mundo é quase um crime
não falar em árvores,
nos sentimos alegres e justos
com os mandamentos da Ecologia,
a Paz existe e anda nas ruas
de braços dados com a Esperança,
e sabemos que os nossos amigos
jamais serão alcançados por aflições e torturas.
Comemos e bebemos e isso nos alegra tanto
que nunca imaginamos ser possível
que possa existir um mundo com Fome e com Sede
ou que a nossa comida e a nossa bebida
tenham sido tiradas de alguém.
Na verdade, todos comemos e bebemos juntos
em festivo e fraterno banquete universal.
Mas, por que é que nós
que somos a Posteridade,
que vivemos depois dos que mudaram
de pátria mais do que de camisa,
depois dos que fizeram a luta de classes
e resistiram sem desespero
para que vivessemos em um tempo de Justiça,
por que é que nós
nunca pensamos no passado
e vivemos o presente sem nenhuma gratidão
pelos que morreram sonhando
o futuro das nossas vidas ?
(Recife, sábado, 25/abril/2010)
______________________________________
Do livro inédito POEMAS DO NOVO SÉCULO
(À pOSTERIDADE, de Bertolt Brecht)
Na verdade, vivemos num mundo sem trevas
- a luz nos chega a um toque
instantâneo é o conhecimento
nenhuma palavra é desconhecida ou absurda.
Pau é pau pedra é pedra
e os nossos rostos
espelham naturalmente os corações.
Amamos e somos ensinados
a amar a vida
e rimos com o nosso prazer de viver
mesmo quando alguém lembra
tempos tristes e prenúncios apocalípticos.
Em nosso mundo é quase um crime
não falar em árvores,
nos sentimos alegres e justos
com os mandamentos da Ecologia,
a Paz existe e anda nas ruas
de braços dados com a Esperança,
e sabemos que os nossos amigos
jamais serão alcançados por aflições e torturas.
Comemos e bebemos e isso nos alegra tanto
que nunca imaginamos ser possível
que possa existir um mundo com Fome e com Sede
ou que a nossa comida e a nossa bebida
tenham sido tiradas de alguém.
Na verdade, todos comemos e bebemos juntos
em festivo e fraterno banquete universal.
Mas, por que é que nós
que somos a Posteridade,
que vivemos depois dos que mudaram
de pátria mais do que de camisa,
depois dos que fizeram a luta de classes
e resistiram sem desespero
para que vivessemos em um tempo de Justiça,
por que é que nós
nunca pensamos no passado
e vivemos o presente sem nenhuma gratidão
pelos que morreram sonhando
o futuro das nossas vidas ?
(Recife, sábado, 25/abril/2010)
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Do livro inédito POEMAS DO NOVO SÉCULO
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