Postagens

Mostrando postagens de agosto, 2012

CORAÇÃO PORTÁTIL : "Sonhos"

"O que você deseja ver nos seus sonhos ?"                                (LÚCIA MENEZES)      Minha amiga ficou curiosa quando escrevi num email : "gosto de sonhar / porque eu vejo" (Um cego, de Olinda). Ela me enviou logo a pergunta em epígrafe.  A resposta exige o exercício da lembrança sobre a gênese de um poemeto intitulado "Sonhos", publicado no meu ebook CORAÇÃO PORTÁTIL (Emooby Pubooteca, Portugal, 2010).       Eu morava no Jardim Atlântico, bairro de Olinda, e sempre que estava no Recife ia até o ponto do ônibus Casa Caiada, na Dantas Barreto, centro da cidade, para voltar para casa. Certo final de tarde a conversa de uma mulher, na fila do ônibus, à minha frente, me chamou a atenção : ela falou qualquer coisa com outra pessoa sobre São Paulo e iniciamos uma conversa cordial. Em seguida nos sentamos juntos, no ônibus, de volta a Olinda.  Ela também morava no Jardim Atlântico e desceria umas três paradas depois que eu descesse (ao lado d

A LONGA E SINUOSA ESTRADA : Uma novela dos anos 70

     Estou reescrevendo a minha novela inédita A LONGA E SINUOSA ESTRADA (perdi os originais, datilografados na década de 80 do século passado, em mudança de escritório, há poucos anos, entre Palmares e Olinda).  Coisas da vida. Trata-se de um relato nu e cru de uma viagem que realizei, em 1972, a pé, de carona, de trem, ônibus, de São Paulo a Pernambuco.       A viagem é mesmo iniciada no Rio de Janeiro, quando atravessei, a pé, no meio de uma noite, a Avenida Brasil.  Andei por cidades do Espírito Santo, Minas, Bahia... Foram mais de 30 dias na estrada, encontrando amigos ocasionais, mulheres livres, drogas, doidos com juízo, cadeia, pequenos e grandes gestos humanos.  Uma viagem de pé no chão que me fez, com certeza, um homem melhor.       Reescrevo a novela, história curta que não chega a ser romance, de assumida natureza autobiográfica, e reencontro com alegria paisagens passagens e criaturas que estão  ainda muito vivas na minha memória.  É uma sorte indimensionável. Tud

O Escritor

"O homem que lê vive muitas vidas. O homem que não lê vive uma só."                     (GEORGE MARTIN,                      escritor / Estados Unidos) O homem que escreve  renasce todos os dias. Não vive só mesmo na mais completa solidão. E não morre se deixar de respirar. Suas palavras lidas  e pronunciadas a qualquer tempo pulsam de novo o seu sangue  e animam o seu terreno coração.   Juareiz Correya  (Recife, 22/08/2012)  

RUA 7 RECIFE TERRA

para o livreiro e editor  Tarcísio Pereira. o que é uma rua sem um poeta para vivê-la ? uma cidade sem um poeta para habitá-la ? o mundo inteiro o que é sem um poeta para iluminá-lo com as suas palavras descobertas e inventadas ? _____________________________________________  Transcrito do ebook CORAÇÃO PORTÁTIL (poesia) de Juareiz Correya - Emooby Pubooteca, Portugal, 2011. - http://www.emooby.com/pt/books/view/5

A CLARA HISTÓRIA DE PRETA (Ficção política de verdade)

........................................................       (...) Isso decidido, todos sabiam o que fazer. Preta, na hora e sempre, era pra falar, aparecer no momento certo e preciso. O  resto, e o destino de tudo, era, pensassem bem, com o pessoal das comissões.  A batalha ia começar e ser sempre. Se Preta não ganhasse não valia.       O "partido pretista" entrou em ação.      Na terça-feira, dia do comício da Vila da Cohab, no Bairro Modelo, Jamilton e Goia passaram a manhã inteira na Praça da Luz, quartel-general do partido pretista, pintando faixas, bandeirinhas, bandeirolas, bandeiras e bandeirões, folhas de papel riscadas com o número de preta - 414  - ajudsdos por alguns garotos das ruas vizinhas, empolgados e metidos nos preparativos da campanha. A partir das duas horas da tarde a kombi arranjada por Ênio, com o serviço de som montado por Eduardo Priquitinha, passou a circular pelas ruas da cidade, com a locução vibrante de Fernando Pinrra :      "

PEQUENAS HISTÓRIAS REAIS : "Deus é um cara muito doido"

     Nos anos 70 do século passado, de passagem pelo Rio de Janeiro, de onde pretendia viajar a pé pelas estradas, sem destino, passei dois dias na casa de Mário Afonso, um amigo que residia no bairro do Botafogo. Amizade recente, nascida por correspondência quando, de São Paulo, escrevi para a editora onde ele trabalhava.      Na primeira noite, em companhia de um tio dele, sujeito muito espirituoso, ficamos por algum tempo em uma praça  do bairro conversando sobre vários assuntos. E contamos histórias, anedotas... O tio de Mário se saiu com esta reflexão :      - Eu acho que Deus é um cara muito doido.  Vejam só : Ele fez a gente com dez dedos (e balançou os dedos das duas mãos, como uns apêndices prontos para cair) e só uma piroca !... ___________________________________________________ Do livro inédito PEQUENAS HISTÓRIAS REAIS