Postagens

Mostrando postagens de agosto, 2010

POESIA VIVA

Para um poeta toda mulher tem a sua beleza. Até mesmo a que não é uma Bruna Lombardi - mais bela por dentro, ou uma Patrícia Poeta - mais poema que um nome. Toda mulher tem a sua beleza e o homem que a desperta será para sempre o seu poeta. (Recife, 30/agosto/2010).

ANA ARRAES LEMBRA AS PERSEGUIÇÕES DA DITADURA MILITAR E DO PSDB AO GOVERNO DO SEU PAI

A deputada federal Ana Arraes (PSB-PE) publicou, no site oficial da sua campanha, um texto emocionado e comovente em homenagem ao seu saudoso pai, o eterno governador de Pernambuco ("A Presença de Miguel Arraes"). Com a política no sangue, a deputada Ana Arraes, mãe de outro sangue puro da política pernambucana - o atual governador Eduardo Campos, também candidato à reeleição - evoca o encantamento do seu pai, há 5 anos, quando teve a sensação de que "junto com ele tinha ido embora não apenas um pai, mas tudo o que ele representava para o povo pernambucano". Mas o tempo mostrou que ele se mantém vivo, com a herança das suas lições para a família e a sua marca que não se apaga nos corações e nas mentes da população pernambucana. Ana Arraes lembra tudo isso em uma bela carta dirigida ao seu pai ("como se fosse possível voltar a sentar na rede do terraço da sua casa"). Na carta que dirige ao seu pai, com feminina e respeitosa ternura, eleva a sua voz

INFERNO DE AGOSTO

No inverno deste ano Deus abandonou o Nordeste onde vivo Abriram-se as portas do Céu do Inferno O mundo se acabando Em fogo frio de ventos Chovendo ainda mais desgraças de agosto : Cidades inteiras desabaram Os rios não fecundaram a Vida Seres humanos desapareceram como animais afogados E sonhos faleceram na lama das águas Caldeirão do futuro sem horizonte - Só o cenário deserto da Terra devastada No coração ferido do Nordeste O sangue navega revoltoso implodindo Ataques sistêmicos enfartes violentos pesadelos da Morte Na alma do corpo abandonado Sem poesia e sem Deus. Juareiz Correya (Recife, agosto / 2010)

SOBREVIVENDO NESTE SÉCULO 21 (crônica)

Ao completar os meus 50 anos de idade, em 2001, publiquei em Palmares (PE), minha cidade natal, um livreto de poemas intitulado 50 SETEMBROS - Microantologia poética (Edição do autor, 16 páginas, 300 exemplares), toda a tiragem distribuida gratuitamente entre parentes, amigos e conhecidos. Eu dirigia, nesse tempo, nomeado pelo então prefeito Francisco de Assis Rodrigues, a Fundação Casa da Cultura Hermilo Borba Filho, da Prefeitura dos Palmares, criada com base em um projeto de minha autoria datado de 1983. Lembro um trecho da nota veiculada na antepenúltima página do livreto : "Tenho ainda muita poesia e histórias para escrever e publicar e o coração, já abalado por um enfarte, cheio de sonhos imensos." Saí de Palmares em dezembro de 2004. Contabilizando também os primeiros quatro anos (1984 a 1987) em que exerci a presidência da instituição palmarense, foram doze anos de trabalho e dedicação a um projeto em que eu acreditava e acredito até hoje. Tudo bendit

NOVO CORAÇÃO PORTÁTIL

Metade do século do meu coração Comi e bebi sem medida Fêmeas carnes etílicos ventos... Quase me sufoquei com as próprias mãos. Renascido neste novo milênio Meu coração me faz ainda mais vivo : Dias são anos que valem séculos E ser apenas humano não me limita (mesmo que os estragos do corpo me façam mais limitado do que os outros). Meu coração ainda fala e grita O sangue das suas palavras Assim me injeto na corrente do tempo E inscrevo o instantâneo presente Em todas as horas dos dias eternos. Juareiz Correya Recife, 8 / agosto / 2010.

O GINÁSIO MUNICIPAL DOS PALMARES NO CORAÇÃO DE UM ESTUDANTE

Conheci o Ginásio Municipal Agamenon Magalhães, de Palmares (PE),em 1959, aos 8 anos de idade, no segundo ano do curso primário; em 1967, aos 16 anos de idade, concluí nessa escola o Curso Ginasial. Costumo dizer, em encontros com amigos, estudantes e professores, que o Ginásio Municipal dos Palmares foi a única escola da minha vida. Verdade : concluído o ginasial, estudei, no ano seguinte, no então Colégio Costa Azevedo, durante 6 meses, e deixei o Curso Técnico de Contabilidade mal iniciado porque não tinha condições de pagar as mensalidades. O abandono dos números, da ciência contábil, me fez um bem danado : eu já tinha descoberto que as palavras eram mais mágicas do que os números, no último ano do Ginásio Municipal, e mergulhei de corpo e alma no rio da poesia delas em Palmares e logo depois em São Paulo. Não sou saudosista, não suspiro pelo passado nem me alimento como um ruminante dos seus vidros moidos. Mas eu estou vivo com a minha memória, tenho condição de escre