SOBREVIVENDO NESTE SÉCULO 21 : "2011 - O Primeiro Ano da Segunda Década" (2)

Ainda no primeiro semestre do ano, perdi dois amigos - Luiz Carlos Monteiro e Jailson Marroquim -, dois poetas, duas perdas para Pernambuco e, particularmente, para Sertânia (terra natal de Luiz Carlos Monteiro) e para o Recife (onde, em Casa Amarela, nasceu Jailson Marroquim). Eu estava organizando, com Jailson Marroquim, para publicação ainda nesse ano, ou em 2012, um pequeno livro que reuniria 21 poemetos de sua autoria e 21 poemetos de minha autoria. A idéia de Jailson era de publicação de um livro de bolso intitulado CORAÇÃO DIGITAL (ou CORAÇÕES DIGITAIS, o dele, o meu...), logicamente inspirado no meu CORAÇÃO PORTÁTIL. Eu pensava mesmo na edição de um ebook e Jailson - embora sem dar muito crédito a Internet, ele só acreditava no texto impresso e na apresentação ao vivo da poesia, em recitais abertos... - se animava também com esta ideia. Tudo bem. E, em junho, duas semanas após um encontro no apartamento onde vivo, no centro do Recife, quando ele me trouxe os seus poemetos para que eu iniciasse a organização/digitação do livro, ele se encantou : morte súbita, enfarte fulminante. Partiu ainda jovem, cheio de vida e de projetos, aos 57 anos de idade. Era um parceiro de primeira hora em todos as atividades da nossa Panamerica Nordestal, sempre pronto a colaborar com o que eu promovia no Recife. Tenho uma dívida com Jailson Marroquim e a sua poesia que espero saldar, em breve, publicando um ebook com a sua poesia reunida.

Luiz Carlos Monteiro era um amigo que me acompanhava e eu o acompanhava a uma pequena distância. Ele respeitava o meu trabalho e eu o respeitava e o incentivava como podia. Ainda cheguei a animá-lo para que publicasse os seus textos críticos reunidos - já divulgados na Revista CONTINENTE e no Suplemento Literário do "Diário Oficial" de Pernambuco - em um livro que ele, motivado, me informou ter organizado e que já mantinha alguns entendimentos para viabilizar a sua publicação. Poeta, jornalista, professor universitário e crítico ativo, ele se encantou (por infelicidade dos problemas causados pelo consumo de álcool) quando visitava, em férias, a sua Sertânia. O álcool que consumia, como um bom boêmio sertanejo, o consumiu com 51 anos de idade.
(Juareiz Correya)

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