A ÁRVORE DA POESIA (conto)
Para o Espaço Pasárgada, do Recife Manuel plantou a amendoeira na beira do rio com as suas mãos de criança. Todos os dias saía da Rua da União e ia vê-la crescer. A sua primeira contemplação era ela. Depois as brincadeiras. Os meses se passaram e vieram uns homens da Prefeitura com desenhos, papéis indecifráveis, aparelhos estrangeiros, uma máquina com um tripé que não era um lambe-lambe, e começou a surgir, e surgiu, a ponte. Do outro lado, o Teatro Santa Isabel aguardava os que faziam a travessia da Rua da Aurora. A amendoeira cresceu e ficou maior do que o casarão da esquina da Rua da Aurora com a Princesa Isabel. Derrubaram o casarão, ergueram um edifício azul, para instalação da Secretaria de Segurança Pública da cidade, e a amendoeira continuou crescendo e ficou do mesmo tamanho do edifício azul. Manuel já vivia outr...