MEU PRIMEIRO LIVRO PUBLICADO : sem título (sem capa), anti-discursivo, hermético, experimental (2)






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      Os poemas foram escritos nas cidades paulistas  de  São Paulo (a "Sampa" de campos & espaços de Caetano Veloso) e de Santo André da Borba do Campo.  Eu tinha 19/20 anos, e o meu primeiro livro, em sacrificada edição do autor, com tiragem de 1.000 exemplares, foi pago do meu bolso com algumas economias na revisão do jornal  e publicação de uma coluna de arte no Diário do Grande ABC, de Santo André,  região metropolitana de São Paulo, onde eu morava e trabalhava. 

     Além do seu modelito neoconcreto, o livro tinha ainda outro elemento radical : as palavras não eram acentuadas  (e vejo hoje que isso, evocando um pouco a ortografia de Monteiro Lobato, era mais rico do que a tal da mal-sucedida e besta Reforma Ortográfica da Língua Portuguesa, que vai morrer neste ano de 2012 !)

     Não me lembro bem como a tiragem de 1.000 exemplares desse meu livro foi distribuída e vendida  em minhas andanças por escolas de São Paulo, Santo André, São Caetano do Sul e de algumas cidades do Interior de Pernambuco (quando voltei a Palmares em 1972).  E ainda tive a sorte de encontrar bons leitores para esse "produto estranho" :
jornalistas conhecidos do Diário do Grande ABC, como Dirceu Pio (publicou uma reportagem sobre o livro  no Diário do Grande ABC),  Fausto Polesi, Mário Polesi, Manoel Onofre, Hildebrando Pafundi, alunos da Fundação das Artes de São Caetano do Sul ;   um pessoal da UBE-São Paulo, como Fernando Coelho, Dalila Teles Veras e Antonio Possidônio Sampaio, que me acolheu em algumas reuniões; os paulistanos  Ramão Gomes Portão, Luiz Antonio Neto, o Luizão, da Folha de São Paulo, Renzo Mazzone, meu primeiro editor, Roberto Fontes Gomes, do jornal A Gazeta, que divulgou alguns poemas do livro na sua página literária, Álvaro Alves de Faria, que publicou notícia em suplemento do Diário de São Paulo; e, em Palmares,  Jessiva Sabino de Oliveira, diretora da Biblioteca Municipal Fenelon Barreto, Eliseu Pereira de Melo, vice-prefeito na época, Afonso Paulo Lins, chefe de gabinete do prefeito Milton D'Emery; e, no Recife, o pintor e poeta Montez Magno que, posteriormente, num escrito sobre o "Americanto" que ele me presenteou,  enfatizou  que a  miinha poesia tinha começado por onde a de muita gente termina...; e a publicação de uma reportagem,  ocupando meia página do Jornal do Commercio,  de autoria do jornalista e escritor Héber Fonseca. 

     Mas o papel mais radical mesmo eu tive de assumir quando passei a divulgar o meu discurso nordestino/brasileiro urbano, meu brasilês (e não português!), e mandei hermetismos e experimentações à merda ! Era a hora do "Americanto Amar América" e dos versos do folheto, da minha literatura em cordel, "Um doido e a maldição da lucidez."   (JUAREIZ CORREYA )





 

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